O senso comum prega que o "canal do dente" é a morte do dente ou a ruína do nervo que mora ali. Mas o termo se refere, na verdade, a um processo de inflamação e infecção na polpa dentro do dente e que, quando progride, pode levar à morte dessa estrutura e chegar até a raiz.
As duas principais causas de canal são a cárie e traumas nos dentes. Por causa da inflamação, aumenta a pressão ali dentro, o que comprime o nervo e causa dor. Se a pessoa demora para ir ao dentista – e não é à toa que até alguns prontos-socorros já dispõem de especialistas -, a contaminação leva à necrose, estágio em que a infecção avança dente abaixo e não raro gera abscessos. Daí os inchaços no rosto.
Quando alguém chega ao dentista com o canal em crise, o tratamento se divide basicamente em abrir o dente e aliviar a dor infernal, desalojar as bactérias invasoras dali e, por fim, remendar sua área interna. Muita gente ainda teme que o tratamento de canal siga a regra dos três Ds: "demorado, difícil e dolorido", o que é um engano.
Quem não deseja enfrentar a dor violenta do canal nem ter de apelar ao dentista para apagar o incêndio e reformar o dente, precisa aderir às regras básicas da higiene bucal: escovar e passar o fio depois das refeições e visitar o consultório odontológico pelo menos uma vez por ano. Afinal, apesar de tantos avanços, prevenir ainda é melhor que consertar.
🦷 Dra Janine Fernandes é especialista em periodontia e prevenção em saúde bucal e atende em Serra/ES.
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